quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Amor e Rima


A quem me dera se amar fosse tão fácil quanto rimar
O riso rima com siso, que dói
Rima grosseira de pobre estima.
Amar é tão conciso, ríspido e suave de tamanha ambigüidade difícil de se explicar
Rima fina de uma sutil riqueza.
A quem me dera se as coisas de amar fosse tão fácil quanto as de rimar
Mamão com feijão, coisas que não combinam em nada, que só fazem rimar, simples assim
No amor se as coisas não combinam dão uma dor de cabeça danada pra se juntar
Rimar rima com criar
Amor rima com dor
E assim as rimas ganham o sentido da realidade se é que me entendem!
A quem me dera se amar fosse tão fácil quanto rimar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O homem da janela

Um dia resolvi mudar de caminho pro trabalho, sai mais cedo de casa, lembrei que esqueci de pintar meus lábios então tirei meu batom da bolsa e passei ali no caminho mesmo, é que eu não consigo ficar sem meu batom cor de maça.
Fui caminhando por aquela rua d acidade histórica, e vi um prédio antigo com uma linda janela na sacada, caminhei mais devagar pra poder observar melhor a janela, então como por encanto surgiu um homem da janela, um homem alto de cabelos grisalhos e enormes olhos verdes, o moço me encarou tão profundamente que me envergonhei e não parei de olhar pra frente.
No dia seguinte senti uma vontade enorme de ver novamente aqueles olhos... e desde aquele dia então, não há um só dia que aquela rua não sinta meus passos, e todos os dias ele esta lá meu amor,a sacada daquela linda janela com seus lindos olhos verdes que as vezes parecem me devorar, mais não sinto mais vergonha do meu do Ricardo, porem não consigo ô encarar.
Ah! Ricardo foi o foi o nome que o designei de pois de tanto pensar qual seria seu nome, e ele já teve vários, já foi o Francisco, já foi o Pedro, o meu Pedro, depois de muito analisar pensei que Ricardo lhe caia como uma luva, um alguém com aquele sorriso aberto só poderia se chamar Ricardo.
Minha respiração faltava quando o vento trazia coisas pro meu cabelo e ele ria, me segurava muito pra não cair na tentação de me derramar naquele sorriso. Já perdi as contas ao imaginar o que fazia meu amor naquela janela toda manha recostado, a observar imaginar sempre o que fazia ele depois que eu passava, só pra ficar feliz me convenci que ele ficava ali pra me esperar passar, me ver descer a ladeira daquela rua histórica. Que bobagem a minha!
Todo o dia me enfeito pra ver meu amor, ponho meus vestidos rodados, pinto meus lábios, passo meu perfume de jabuticaba, e as vezes tento algum novo no cabelo mais não sei o que acontece, ele fecha as cortinas.
Adoro quando é dia de sol, pq o grisalho dos cabelos de meu amor fica ainda mais charmoso, Ricardo! Será esse mesmo seu nome?
Um dia numa sexta-feira, acordei motivada e decidida a bater na porta daquela casa, chamar pelo meu amor e dizer que mesmo aquele caminho sendo mais longo do meu destino eu passava por ali todos os dias porque ô amei no momento em que pus meus olhos nele. E desde esse dia escrevemos uma ilusória historia de amor, afinal o amor é o único sentimento que não precisa de um passado pra existir, é ele que me faz conhecer seus trejeitos e manias mesmo sem nunca termos trocado uma palavra sequer.
Mais o que isso importa?
O que importa não é o nome ou o que ele faz depois que eu passo, o importante é o jeito que sorrir e como mexe o cabelo, seu olhar fixo em mim, e como recosta o braço no parapente, o importante é o pseudo amor que lhe sinto, o resto é resto e meu dia acaba quando termino de descer aquela ladeira.

A mulher do meu cotidiano

Sempre a vejo passar, a vejo lá de cima da minha janela e penso donde que é que vem o gingado dos seus quadris que mais parecem executar uma coreografia do que descer uma ladeira. Então me recosto no parapente da minha janela para tributar o sorriso dela e adorar seus alinhados lábios cor de maça.
Me divirto ao renomea-lá diariamente, penso:
Hoje minha pseudo amada chama-se Anita, tenho absoluta certeza, um alguém com esse cheiro só pode se chamar Anita.
Lá vem Carol, sim o nome dela é Carol um alguém que sorrir daquele jeito só pode se chamar Carol.
Não como nunca percebi é Lua o nome de meu amo, alguém com aquele brilho só pode se chamar Lua.
E assim rio ao imaginar Rosa, Marília, Pérola, Magda, Raquel, Ametista!
Só uma coisa nela me irrita, quando insisti em prender os cabelos, te peço amor não prenda seus cabelos cor de mel, que eu não gosto de ter que fechar as cortinas e te ver por detrás dela, e tem outra coisa meu bem seus cabelos foram feitos para voar, para brincar com o vento, eles tem um emarenhado com designe perfeito, tão perfeito que qualquer coisa nesse mundo adoraria se enrolar nele.
Nada em ti me inspira paz , dentre as milhares de coisas que me inspira nenhuma  se parece com paz. Um alguém com aqueles olhos não poderia inspirar paz, seus olhos me inspiram uma subta ternura, mas quando vejo seus cílios negros a ternura se transforma em algum mais parecido com tesão!
Ah, e suas pernas, eu já nem sei se são mesmo pernas ou esculturas esculpidas por anjos, Deus como são lindas aquelas pernas, quando observei isso jurei que se chamava Gabriela.
Sei que o sensato seria ir de encontro a mulher dos meus sonhos e contar tudo o sinto, perguntar seu nome, mais tenho medo que ela suma ou mesmo que não exista, pode ser covardia, mais é necessário muita coragem pra desistir do que mais se deseja.
Enfim o mais importante não é seu nome, é somente o seu caminhar e o ato de passar embaixo da minha janela todo santo dia, são as vezes que olhar pra cima, pro nada, pro céu, parece me ver e esboça um sorriso, o importante é a maneira como desde esta ladeira aqui do lado de minha casa, é como sorrir quando o vento trás uma sortuda partícula que enrola em seus cabelos, o importante é o jeito que brilha sua pele morena nos dias de sol, de resto nada importa, o dia, a casa, o bairro, a janela, o mundo já não interessa ate o momento que a verei passar de novo.