São exatamente 00:18 de uma quarta feira, dia 21 outubro do ano de 2010, estou no meu quarto, sentada em minha cama preparada pra dormir, moro numa cidade no extremo sul da Bahia, nordeste do Brasil, me chamo Andressa e tenho 17 anos.
Com a minha apresentação e localização devidamente concluídas, começo. Bom como eu tinha dito eu estou preparada pra dormir, mais antes eu preciso dizer que me envergonho dessa juventude clichê, tenho vergonha também dessa sociedade que não confia na gente (adolescentes), fico muito chateada quando ouço que adolescente não tem nada na cabeça, ou quando movimentos estudantis são chamados de badernas de estudante.
Voltando a essa nossa juventude clichê: Oi eu tenho 17 anos e não gosto do Restart, Cine, Hori e outras coisas parecidas, eu ouço Roupa Nova, Fabio Jr, Engenheiros do Havaí, Cazuza, Gilberto Gil, e pra você que pensou “ a só banda velha” ai vai: Maria Gadú, Ana Carolina, Chay Suede, Thiago Iork, entre outras maravilhas. Porque eu gosto de musica, com letra, com ritmo, que transmite emoção, musica inteligente. O que eu quero aqui é criticar sim, mais com todo respeito porque respeito é o fundamental, também não quero impor meu gosto musical a ninguém, o fato é que em todos as vertentes musicais tem o que é bom e o que é ruim.
Estamos numa fase de transição o que agente faz agora vai ditar que tipo de adultos seremos amanha então se pergunte: eu quero ser um adulto alienado?
Espero sinceramente que a resposta tenha sido não, mais não é só esse estilo “colorido” que esta “bombando” ultimamente, como eu disse sou Baiana e muito das perolas do meu estado tem virado sucesso no Brasil inteiro, exemplos “rebolation”, “mulher Brasileira” mais conhecida como “ Toda boa”, essa musica tem uma particularidade muito interessante ela foi escrita por 3 compositores, agora se foram preciso 3 cabeças para fazer “ela é toda boa, ai ai”, enquanto que “Faroeste Caboclo” uma musica de 9 minutos e 30 segundos do nosso saudoso Renato Russo, não repete uma frase se quer, analise com carinho vai perceber que deve ter alguma coisa errada com esse tipo de musica.
Uma outra coisa, eu não leio a Capricho, a toda teen nem nada do gênero, não leio a Istoé, nem a Veja, afinal agente é manipulado o tempo todo e de graça pra que eu iria pagar por manipulação?
Eu estou lendo um livro de poesia de Vinicius de Moraes, eu gosto de literatura, eu escrevo poesia, brega? Se for eu não ligo!
Não sei se estou parecendo prepotente, não sou, nem quero parecer exemplo de nada, não vou dizer que quando eu to na balada e toca aquele funk eu não danço, nada contra o funk pelo contrario existem funk’s ótimos, mais eu estou me referindo aos ruins, mais quando toca eu danço sim e muito, mais uma coisa é zuar numa festa e outra é ter espaço no media play lá de casa. Eu fico puta da vida quando eu vejo quando aquele bando de gente jurando amor eterno pro Restart, mais eu sei que é modinha e que graças a deus vai passar, agente já viu isso milhões de vezes bandas que fazem sucesso por um ou dois anos e depois ninguém lembra mais, é ai que agente vê o que é bom mesmo como no caso do Cazuza o cara nem vivo ta mais, porem sua obra ainda vive.
Estamos em período político no Brasil e ao invés de usar os meios que temos pra pesquisar, pra debater propostas, muitos votam pelo jingle, por brincadeira ou por uma forma erronia de protesto, sem perceber que é do nosso futuro que agente esta tratando. As vezes minha vontade é de ser da época da ditadura de ter lutado, ido as ruas em protesto e tudo mais, só pra ter orgulho do tempo em que vivo, pra saber que minha geração vai ser lembrada com louvor. Dizem que os jovens são o futuro do Brasil, não querendo generalizar e por favor não me levem a mau, mais por toda historia de luta do nosso pais agente merece, agente precisa de um futuro melhor.