sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O homem da janela

Um dia resolvi mudar de caminho pro trabalho, sai mais cedo de casa, lembrei que esqueci de pintar meus lábios então tirei meu batom da bolsa e passei ali no caminho mesmo, é que eu não consigo ficar sem meu batom cor de maça.
Fui caminhando por aquela rua d acidade histórica, e vi um prédio antigo com uma linda janela na sacada, caminhei mais devagar pra poder observar melhor a janela, então como por encanto surgiu um homem da janela, um homem alto de cabelos grisalhos e enormes olhos verdes, o moço me encarou tão profundamente que me envergonhei e não parei de olhar pra frente.
No dia seguinte senti uma vontade enorme de ver novamente aqueles olhos... e desde aquele dia então, não há um só dia que aquela rua não sinta meus passos, e todos os dias ele esta lá meu amor,a sacada daquela linda janela com seus lindos olhos verdes que as vezes parecem me devorar, mais não sinto mais vergonha do meu do Ricardo, porem não consigo ô encarar.
Ah! Ricardo foi o foi o nome que o designei de pois de tanto pensar qual seria seu nome, e ele já teve vários, já foi o Francisco, já foi o Pedro, o meu Pedro, depois de muito analisar pensei que Ricardo lhe caia como uma luva, um alguém com aquele sorriso aberto só poderia se chamar Ricardo.
Minha respiração faltava quando o vento trazia coisas pro meu cabelo e ele ria, me segurava muito pra não cair na tentação de me derramar naquele sorriso. Já perdi as contas ao imaginar o que fazia meu amor naquela janela toda manha recostado, a observar imaginar sempre o que fazia ele depois que eu passava, só pra ficar feliz me convenci que ele ficava ali pra me esperar passar, me ver descer a ladeira daquela rua histórica. Que bobagem a minha!
Todo o dia me enfeito pra ver meu amor, ponho meus vestidos rodados, pinto meus lábios, passo meu perfume de jabuticaba, e as vezes tento algum novo no cabelo mais não sei o que acontece, ele fecha as cortinas.
Adoro quando é dia de sol, pq o grisalho dos cabelos de meu amor fica ainda mais charmoso, Ricardo! Será esse mesmo seu nome?
Um dia numa sexta-feira, acordei motivada e decidida a bater na porta daquela casa, chamar pelo meu amor e dizer que mesmo aquele caminho sendo mais longo do meu destino eu passava por ali todos os dias porque ô amei no momento em que pus meus olhos nele. E desde esse dia escrevemos uma ilusória historia de amor, afinal o amor é o único sentimento que não precisa de um passado pra existir, é ele que me faz conhecer seus trejeitos e manias mesmo sem nunca termos trocado uma palavra sequer.
Mais o que isso importa?
O que importa não é o nome ou o que ele faz depois que eu passo, o importante é o jeito que sorrir e como mexe o cabelo, seu olhar fixo em mim, e como recosta o braço no parapente, o importante é o pseudo amor que lhe sinto, o resto é resto e meu dia acaba quando termino de descer aquela ladeira.

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